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terça-feira, 26 de julho de 2011

A Literatura e sua Popularidade repentina.

Percebemos claramente o quanto as redes sociais popularizaram os escritores nos últimos tempos. Nunca a literatura foi tão querida e amada. Clarice Lispector, por exemplo, no passado arrancava arrepios nos estudantes que eram obrigados a estudar sua obra na escola, hoje são as suas famosas frases que causam alvoroço e são motivos de muitos comentários e reproduções no mundo virtual.

Faz mais de 30 anos que a autora morreu, mas mesmo assim, sua obra é estudada como Literatura Contemporânea e assim também é considerada, sendo os seus livros classificados como romance moderno.

Talvez seja pelo seu olhar intuitivo em relação ao universo feminino que Clarice Lispector hoje é popular entre as mulheres; elas sempre ocuparam um lugar de destaque nas páginas da autora.
Hoje existem muitos equívocos sobre as autorias dela, talvez por ainda não ser de domínio público. Os livros de Clarice não podem ser digitalizados sem autorização, tampouco disponibilizados de forma gratuita e nem as editoras conseguem comercializá-los a preços mais acessíveis; isso poderá ocorrer somente depois dos 50 anos de falecimento da autora.
Já que sabemos o quão escassas são as nossas bibliotecas públicas, infelizmente – e baseiam-se em fontes não muito confiáveis para creditar e divulgar textos sendo dessa autora.

Vejamos um exemplo: há sites que creditam à Clarice a seguinte frase: “Você pode até me empurrar de um penhasco e eu vou dizer: e daí, eu adoro voar!”. Esse estilo da frase não se enquadra com o de Lispector; nossa querida autora é dona de uma literatura mais intimista, simbólica e introspectiva, o que nada tem a ver com a expressão acima citada. Há fontes na internet que declaram que essa frase foi dita pela atriz Bruna Lombardi, outros dizem ser de Kathlen Heloise Pfiffer. Então, como saber ao certo? A resposta é simples: não há como saber, pois não encontramos referências bibliográficas que comprovem a autenticidade da frase sendo de autora X ou Y. 

A internet é um espaço livre, e pelo menos em nossa realidade, os direitos autorais nunca foram devidamente respeitados na web.
Por mais que se confie em uma página virtual, nada se compara com a veracidade de um livro, devidamente publicado, catalogado e registrado.
Essa expressão é só uma de tantas que a todo tempo são divulgadas na rede mundial de computadores, através de ferramentas como e-mail, twitter, Orkut e facebook. A internet, que poderia ser uma verdadeira aliada na disseminação da literatura, hoje se tornou uma grande vilã, espalhando inverdades e deboches referentes à obra de escritores geniais.

Mas bem sabemos que a internet é atualizada pelas pessoas, a maioria delas são pessoas de bem, que não veem maldade alguma em repassar aquele e-mail com um texto bonito assinado por Clarice Lispector, ou então em retwittar aquela frase legal também creditada à autora; por isso, caso você seja fã das frases e textos que circulam na web como sendo de Lispector, a dica é a seguinte: duvide sempre de tudo o que ler; e pesquise, questione, conheça as obras e procure referências, antes de divulgar e disseminar falsos textos pela internet; quem agradece não sou eu, - uma apaixonada admiradora da obra dessa mulher -, mas sim o legado de Clarice, que de maneira alguma merece ser vulgarizado e desrespeitado, mais ainda do que já está sendo.

domingo, 3 de julho de 2011

A semana dos Hackers.

Hoje deixo as crônicas de lado e parto para um assunto polêmico. Um pouco atrasada para discorrer sobre o assunto, mas só agora possuo um ponto de vista opinativo e analítico para poder expor aqui. Então, vamos lá:

22/06 - Os sites .gov da Presidência, Portal Brasil e Receita Federal saíram do ar após ataques. À tarde, o site da Petrobras foi alvo de ataque. O LulzSec-Brazil assumiu a autoria de ambos.
23/06 - Páginas do Senado e da Presidência foram derrubados. O site do Ministério do Esporte foi desativado após o LulzSec-Brazil se gabar no Twitter de ter roubado dados dali. O Ministério negou o roubo.
24/06 - Na madrugada, o grupo Fail Shell “picha” o site do IBGE e alerta para mais ataques neste mês. O site do Ministério da Cultura ficou instável e a Infraero ficou fora do ar, mas disse que era “manutenção”.
Além da imagem com a bandeira, o grupo subiu ainda uma mensagem de tom nacionalista com ameaças de mais invasões:

“Este mês, o governo vivenciará o maior número de ataques de natureza virtual na sua história feito pelo Fail Shell. Entendam tais ataques como forma de protesto de um grupo nacionalista que deseja fazer do Brasil um país melhor. Tenha orgulho de ser brasileiro, ame o seu país, só assim poderemos crescer e evoluir”. E prosseguem: “Brasil, um país de todos! Não há espaço para grupos sem qualquer ideologia como LulzSec ou Anonymous no Brasil”

Para quem não sabe, o grupo hacker Anonymous juntou forças com o conhecido Lulz Sec para declarar guerra contra todas as corporações, governos e bancos do mundo inteiro. O motivo? Mostrar os segredos e expor qualquer tipo de corrupção que eles estejam praticando.
Em decorrer disso. O conhecido BlogFolha.com Publicou uma nota, afirmando também ter sido alvo de ataques de Hackers, onde diz: 

“Gostaríamos de expressar nosso repúdio aos que se confrontam com democrática ação de divulgar e analisar fatos e verdades numa sociedade de muita informação”

Fatos e verdades? ..Acho que nem preciso comentar isso.
Além dos "ataques”, os grupos ainda  reunem seus “seguidores” para realizar passeatas em cidades brasileiras. O objetivo das marchas, de acordo com o grupo, é “protestar contra nosso governo corrupto e pela liberdade de expressão”.
Posso estar criando uma polêmica agora, mas apesar de ainda parecer um pouco nebuloso pra mim, parece que a nossa geração finalmente despertou para se unir contra o abuso que certas organizações (principalmente as privadas) praticam. Quem sabe não estamos voltando ao espírito revolucionário que atingiu diversos jovens de todo o mundo em meados de 1960? Quando o espírito de luta do povo estava no auge.
Enfim, abro o espaço aqui para quem quiser deixar seu ponto de vista, lembrando sempre que democracia existe aqui. Esse é apenas o meu “olhar” crítico sobre o assunto, e você não tem a obrigação de concordar comigo. :)